Espessamento Endometrial: Principais Causas e Tratamentos

Postado em: 14/02/2025

O espessamento endometrial, é uma condição na qual a camada interna do útero (endométrio) apresenta espessura maior do que o considerado normal.

Esse aumento pode ocorrer em diferentes fases da vida reprodutiva, sobretudo em mulheres que estão perto ou já entraram na menopausa. Entender as causas, os sintomas e os tratamentos disponíveis é fundamental para prevenir a evolução para quadros mais graves, como o câncer de endométrio.

Neste artigo, abordaremos o que é o espessamento endometrial, por que ele acontece, quais são os principais sinais de alerta e quais opções de tratamento podem ser indicadas pelo médico especialista. Acompanhe e tire suas dúvidas!

Endométiro espessado

Endométiro espessado e heterogêneo no ultrassom transvaginal. O diagnóstico final foi um câncer de endométrio.

O que é o endométrio e por que ele fica espesso?

O endométrio é a camada interna do útero responsável por receber o embrião em caso de fecundação. Durante o ciclo menstrual, essa camada se desenvolve em resposta aos hormônios (principalmente o estrogênio e a progesterona) e, se não houver gravidez, descama na forma de menstruação.

Em algumas situações, porém, o endométrio pode apresentar um crescimento excessivo, resultando em um espessamento maior do que o normal. Esse quadro pode ser temporário ou persistente, dependendo dos fatores hormonais, da idade da mulher e de outras condições de saúde.

Principais causas do espessamento endometrial

Vários fatores podem levar ao espessamento endometrial. Conheça alguns dos mais comuns:

  1. Espessamento sem motivo aparente: algumas vezes o endométrio pode apresentar-se espessado, sem existir um motivo aparente. A investigação também é mandatória, para excluir a presença de hiperplasia e câncer de endométrio.
  2. Desequilíbrio hormonal: O excesso de estrogênio em relação à progesterona é uma das principais causas. Esse desequilíbrio estimula o crescimento exagerado do endométrio.
  3. Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): Mulheres com SOP podem ter ciclos irregulares e menor produção de progesterona, o que favorece o espessamento da camada uterina.
  4. Obesidade: o tecido adiposo também produz estrogênio, contribuindo para o espessamento endometrial.
  5. Uso de terapia de reposição hormonal: mulheres na menopausa que fazem reposição apenas com estrogênio, sem a devida contraposição de progesterona.
  6. Histórico familiar de câncer uterino: mulheres com antecedentes de câncer de endométrio na família apresentam maior risco.
  7. Diabetes e hipertensão: doenças crônicas podem interferir no metabolismo e agravar desequilíbrios hormonais.

Sintomas e sinais de alerta

Nem todas as mulheres com espessamento endometrial apresentam sintomas. Entretanto, alguns sinais podem indicar a presença dessa condição:

  • Sangramento na menopausa;
  • Sangramento uterino anormal: menstruação muito intensa, com períodos prolongados;
  • Sangramento entre os ciclos menstruais;
  • Dor pélvica ou cólicas intensas;
  • Irregularidade menstrual recorrente.

Ao perceber qualquer um desses sintomas, é fundamental buscar avaliação médica para investigar corretamente e definir o melhor tratamento.

Espessamento endometrial e a relação com o câncer

O espessamento endometrial não significa, necessariamente, câncer. Entretanto, a hiperplasia endometrial pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de endométrio quando não diagnosticada e tratada precocemente.

Alguns tipos de hiperplasia são mais propensos a evoluir para malignidade, principalmente se houver células anormais (atípicas). Por isso, a realização de histeroscopia com biópsia é essencial para confirmar o tipo de espessamento endometrial.

Diagnóstico e exames

Para diagnosticar o espessamento endometrial, o ginecologista pode solicitar diferentes exames e avaliações:

  • Ultrassom transvaginal: exame básico para avaliar a espessura do endométrio e identificar alterações na cavidade uterina. Serve como triagem inicial para distinguir entre um endométrio fino ou espessado, sendo que um endométrio espessado requer a realização de histeroscopia.
    Espessura endometrial maior que 10 mm, sempre realizar histeroscopia. Endométrio entre 4 e 10 mm a conduta deve ser individualizada. Endométrio menor que 4 mm, não está espessado.
  • Histeroscopia: principal exame que deve ser realizado diante de um espessamento endometrial. Na histeroscopia o médico observa o interior do útero por meio de uma câmera. No mesmo momento é possível a retirada de pólipos e realização de biópsias para diagnóstico de hiperplasia ou câncer de endométrio.
  • Biópsia do endométrio: coleta de um pequeno fragmento de tecido para análise laboratorial, que pode ser realizada por histeroscopia (melhor método), ou às cegas por curetagem uterina, quando a histeroscopia não estiver disponível.

Tratamentos mais utilizados

O tratamento do espessamento endometrial depende da causa, da idade da paciente, do desejo reprodutivo e do tipo de hiperplasia detectada. As opções terapêuticas incluem:

  1. Terapia hormonal

    • Uso de progesterona. O DIU Mirena é a melhor escolha entre os métodos hormonais.
    • Em alguns casos, pode-se associar estrogênio e progesterona.
  2. Cirurgia

    • Mulheres que não tem mais desejo reprodutivo e apresentam hiperplasia com atipia ou câncer de endométrio, a cirurgia para a retirada do útero deve ser realizada.
    • Muitas vezes a cirurgia indicada é a histeroscopia cirúrgica, para a retidada de miomas ou pólipos de grandes dimensões.
  3. Modificações no estilo de vida

    • Em conjunto com o tratamento médico, mudanças como perda de peso, controle da pressão arterial e da glicemia são importantes para equilibrar os níveis hormonais e reduzir riscos à saúde.

E se eu estiver na menopausa?

Na menopausa, a produção de hormônios cai significativamente, o que impacta a espessura do endométrio. No entanto, algumas mulheres podem apresentar espessamento endometrial. Nessa fase, qualquer sangramento é considerado anormal e deve ser investigado imediatamente.

O tratamento de espessamento endometrial na menopausa geralmente passa por uma avaliação criteriosa do risco de câncer. A depender do diagnóstico, o médico poderá recomendar terapia hormonal com progesterona ou a realização de cirurgia.

Prevenção e cuidados

Ainda que nem sempre seja possível prevenir completamente o espessamento endometrial, algumas medidas ajudam a reduzir os riscos:

  • Manter peso adequado: o sobrepeso pode levar ao aumento de estrogênio no organismo;
  • Controlar doenças crônicas: diabetes e hipertensão devem estar sob controle para evitar complicações;
  • Visitas regulares ao ginecologista: realizar check-ups anuais, incluindo exame de ultrassom transvaginal;
  • Adotar hábitos saudáveis: alimentação balanceada e prática de atividades físicas regulares colaboram para o equilíbrio hormonal.

Quando procurar ajuda médica?

Procure um ginecologista sempre que notar sangramentos irregulares, dores intensas ou qualquer outro sinal incomum, especialmente se estiver na menopausa. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são as melhores formas de prevenir complicações, inclusive o desenvolvimento de câncer de endométrio.

Conclusão

O espessamento endometrial, embora possa parecer preocupante, muitas vezes tem como resultado diagnósticos benignos.

O passo mais importante é o diagnóstico precoce, que permite ao ginecologista realizar o diagnóstico do motivo do espessamento endometrial para a orientar o melhor tratamento.

Se você identificou algum sintoma ou tem dúvidas sobre o tema, agende uma consulta com o Dr. Fernando Guastella.

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Dr. Fernando Guastella

CRM-SP: 112.601
RQE: 83937 - Ginecologia e Obstetrícia
RQE: 839371 - Endoscopia Ginecológica (Cirurgias Minimamente Invasivas)
RQE: 58641 - Diagnóstico por Imagem

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