O que é histerectomia e os cuidados da cirurgia

Postado em: 24/07/2024

O que é histerectomia e os cuidados da cirurgia

Este texto explica o que é a Histerectomia, os tipos de cirurgia, os cuidados e as orientações necessários antes e depois da operação.

Pequenos detalhes nas semanas que antecedem o procedimento e nos primeiros 45 dias após a cirurgia, são fundamentais e diminuem o risco de complicações, além de acelerar a recuperação.

Continue sua leitura para saber mais sobre o assunto!

O que é a histerectomia?

A “Histerectomia” é a cirurgia para a retirada do útero e pode ser realizada de quatro formas diferentes:

Histerectomia aberta

A histerectomia aberta, também chamada de histerectomia por laparotomia, é realizada na maior parte das vezes por um corte semelhante ao da cesárea.

Ela aberta determina uma recuperação pós-cirúrgica mais lenta e está associada a maiores taxas de complicações, quando comparada com as outras técnicas. Por este motivo, ela é cada vez menos realizada. 

Atualmente ela pode ser indicada para mulheres com úteros muito grandes ou em casos de tumores malignos com disseminação da doença pelo abdome.

Histerectomia vaginal

A histerectomia vaginal deve ser a técnica de escolha para mulheres com úteros não muito grandes e sem outras doenças pélvicas associadas, como endometriose e cistos de ovário.

Aderências pélvicas são contraindicações ao procedimento. Mulheres com cesáreas prévias geralmente apresentam aderências entre o útero e a bexiga, sendo uma contraindicação relativa ao procedimento quando na avaliação clínica observam-se muitas aderências no exame físico.

A avaliação pré-operatória individualizada, com exame físico e ultrassom transvaginal realizado no consultório, permite a identificação destas aderências e a viabilidade da cirurgia.

Vantagens dessa modalidade incluem: rápida recuperação e ausência de cortes no abdome.

As desvantagens, por sua vez, são: impossibilidade de tratar outras condições associadas, como por exemplo a endometriose.

Histerectomia por laparoscopia

A histerectomia por laparoscopia permite a realização da cirurgia com pequenos furinhos no abdome, geralmente 4.

A câmera entra pelo umbigo e outros 3 furinhos de 5 mm são realizados na pelve. A laparoscopia permite a identificação com detalhes de todos os órgãos do abdome, o que permite o tratamento de outras condições que possam estar associadas.

O útero sai pela vagina, assim como o material proveniente de outros tratamentos, como os focos de endometriose.

Para úteros de grandes dimensões, é possível realizar o fatiamento do órgão, por um equipamento chamado morcelador e, desta forma, conseguimos tratar úteros de grandes dimensões.

Histerectomia robótica

A histerectomia robótica traz todos os benefícios da laparoscopia, com a vantagem de uma câmera de maior resolução espacial, além da imagem 3D.

As pinças cirúrgicas possuem uma articulação a mais, o que permite movimentos mais precisos e amplos quando comparado com a laparoscopia.

Na laparoscopia a cirurgia é feita com o médico em pé e muitos dos movimentos são realizados com as pinças não ergonômicas, o que gera um desgaste do cirurgião durante o procedimento.

Na cirurgia robótica operamos sentados em uma posição muito mais ergonômica quando comparado com a laparoscopia, o que faz diferença especialmente para cirurgias mais longas e complexas.

Tipos de histerectomia

Existem 3 tipos de histerectomia:

  • Histerectomia total: É definida pela retirada do corpo do útero e do colo uterino;
  • Histerectomia subtotal ou parcial: é retirado somente o corpo uterino, permanecendo o colo uterino;
  • Histerectomia radical: realizada para os casos de tumores malignos e, nestes casos, além da retirada do corpo e colo uterino, são retirados linfonodos e tecidos adjacentes ao útero, como o paramétrio.

Indicações para a histerectomia

As principais indicações em casos de doenças benignas são para mulheres que apresentam mioma ou adenomiose e que não melhoraram com o tratamento clínico.

Existem ainda indicações para casos de tumores malignos, como o câncer de endométrio, câncer de colo uterino, câncer de ovário e alterações pré-malignas, como a hiperplasia endometrial.

Cuidados pré-operatórios para a histerectomia

Os principais cuidados pré-operatórios para histerectomia são:

  • Avaliação de risco cardiovascular para mulheres com problemas de saúde, ou para pessoas sem doenças, mas com idade superior a 50 anos.
  • Avaliação nutricional com suplementação proteica, reposição de vitaminas e correção da anemia;
  • Parar de fumar pelo menos por 15 dias antes da cirurgia;
  • Dieta sem resíduos começando 3 dias antes da cirurgia, associada ao uso de luftal.
  • Na véspera da cirurgia consumir pelo menos dois litros de água;
  • Realização do protocolo ERAS (enhanced recovery after surgery), traduzindo significa Otimização da Recuperação Pós-operatória.

O protocolo ERAS estipula um conjunto de medidas, que devem ser tomadas pelos profissionais envolvidos com a cirurgia (cirurgião, anestesista, nutricionista e equipe de enfermagem), trazendo diversos benefícios aos pacientes.

Recuperação e cuidados pós-operatórios da histerectomia

Os cuidados pós-operatórios são:

  • Deambulação precoce, começando no mesmo dia da cirurgia: Não ficar deitada na cama. Ande ou fique sentada na poltrona, inicialmente sempre com ajuda da enfermagem.
  • Nutrição individualizada para as suas necessidades, baseada na avaliação pré-operatória.
  • Alta hospitalar precoce, geralmente 24 horas após a cirurgia. Em algumas situações é possível dar alta no mesmo dia após a cirurgia.

Em casa deve-se seguir rigorosamente o plano alimentar proposto e a atividade física deve ser retomada gradativamente, dependendo do tipo de cirurgia que foi realizada.

Habitualmente após histerectomia vaginal, laparoscópica ou por cirurgia robótica, o retorno para as atividades cotidianas acontece em 15 dias. Para a cirurgia aberta, geralmente após 4-6 semanas.

O primeiro retorno ao consultório é realizado ao redor de duas semanas e após 45 dias é fundamental nova avaliação clínica com exame clínico para avaliação da cúpula vaginal.

Somente depois desta avaliação com 45 dias, a atividade sexual poderá ser liberada.

A cúpula vaginal demora em torno de 40 dias para cicatrizar e, se você tiver relações sexuais antes deste prazo, pode ocorrer a abertura dos pontos da vagina.

Complicações possíveis da histerectomia

As principais complicações das histerectomias são:

  • Sangramento durante a cirurgia;
  • Sangramento após a cirurgia pela abertura de algum ponto;
  • Infecção pós-operatória;
  • Lesão inadvertida do ureter;
  • Lesão de outros órgãos como o intestino e a bexiga;
  • Trombose venosa profunda.

Perceba que parte desses problemas estão relacionados com a experiência e habilidade do cirurgião e depois com os cuidados que devem ser tomados antes e após o procedimento.

Por estes motivos, escolha cuidadosamente o profissional que fará o procedimento e siga rigorosamente todas as recomendações pré e pós-operatórias.

Podem ser sinais de complicações após a cirurgia:

  • Febre persistente acima de 37,8ºC;
  • Vômitos frequentes;
  • Dor no abdômen, que persiste mesmo após o uso das medicações para dor;
  • Abaulamento na pelo no local da cirurgia;
  • Vermelhidão, saída de pus ou qualquer secreção com mau cheiro na cicatriz do procedimento.
  • Inchaço em uma ou nas duas pernas.

Na presença de qualquer um desses indícios, você deve procurar o seu médico ou ir ao pronto socorro.

Retirada das trompas na histerectomia

As trompas uterinas são responsáveis por cerca de 70% dos tumores malignos do ovário.

A retirada das trompas, portanto, é uma medida muito eficaz para diminuir a chance de um tumor maligno de ovário e , por este motivo, deve haver a retirada de rotina em toda histerectomia.

Retirada dos ovários na histerectomia

Quando a mulher necessita de uma histerectomia por doença benigna e ainda não está na menopausa, o ideal é que os ovários sejam preservados

A produção hormonal ovariana protege contra o desenvolvimento de doenças cardíacas e contra a osteoporose. 

A retirada dos ovários, portanto, deve ser cuidadosamente discutida com a paciente antes dos procedimentos.

Anestesia para histerectomia

As histerectomias realizadas por laparoscopia e por cirurgia robótica são sempre realizadas com anestesia geral.

Na histerectomia realizada por laparotomia (corte semelhante ao da cesárea) ou na histerectomia vaginal, a anestesia habitualmente realizada é a raquianestesia, mas se houver necessidade, a anestesia geral também poderá ser realizada.

Qual o valor da histerectomia

O valor da histerectomia não é fornecido por telefone. Cada caso é avaliado individualmente. Os orçamentos são fornecidos somente após a realização de uma consulta.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre histerectomia, marque o seu horário! Vamos discutir juntos as particularidades do seu caso e encontrar as melhores alternativas. Entre em contato para agendar!

Dr. Fernando Guastella
Ginecologista Especializado em Endometriose e Miomas
CRM: 112601/SP
RQE Nº: 83937 – Ginecologia e Obstetrícia
RQE Nº: 58641 – Diagnóstico por Imagem
RQE Nº: 58641 – Diagnóstico por Imagem

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