Especialista em vaginismo
Postado em: 22/08/2022
Este texto explica o que é vaginismo, sintomas, diagnóstico e a importância de um especialista para o tratamento correto.
O que é Vaginismo?
Vaginismo é uma condição decorrente da contração involuntária dos músculos da entrada da vagina, que impede ou torna extremamente dolorosa a penetração do pênis, especulo ginecológico ou até mesmo o uso do absorvente interno.
É importante você saber que não está sozinha e que a dor nas relações são mais frequentes do que podemos imaginar, alguns estudos apontaram que cerca de 20% das mulheres já experimentaram sexo doloroso, provavelmente isso acontece porque culturalmente as mulheres são mais reprimidas em relação a sexualidade, e demoram para buscar possíveis tratamentos.
A principal queixa das mulheres é a dor intensa e constante, que pode gerar uma sensação de queimação, peso, ferroada ou até mesmo a sensação de cãibra.
É importante ressaltar que o quadro de dor também pode gerar a tensão de outros músculos que estão localizados na região interna da coxa, glúteos e abdômen além da diminuição da mobilidade de algumas articulações, e isso aumenta o quadro de dor.
O vaginismo gera um impacto negativo na qualidade de vida das mulheres, em especial na relação sexual, sendo responsável por 4% a 15% das consultas ginecológicas e acomete cerca de 5% a 7% das mulheres.
Classificação do Vaginismo
O vaginismo pode ser classificado primário ou secundário:
O vaginismo primário é marcado pela dificuldade na penetração a partir da primeira tentativa de relação sexual, ou seja, ele acontece sem que a paciente tenha passado por qualquer tipo de penetração.Algumas mulheres tentam por meses e até mesmo por anos sem sucesso a penetração total. Este um exemplo claro da necessidade de consultar um especialista para o tratamento do vaginismo.
O vaginismo secundário pode acontecer depois de anos de uma vida sexual ativa, sendo assim o principal sinal é o aparecimento de dor progressiva durante a relação sexual.
Neste caso pode haver ou não causa física ou psicológica, como intervenção ginecológica (aborto, parto mais complexo, entre outros), radioterapia, alterações da menopausa entre outros.
Além desses dois tipos de classificação ele pode ser classificado conforme sua gravidade: leve, moderado ou grave.
Independentemente do tipo ou grau, o vaginismo determina um impacto negativo na vida sexual, mas é importante saber que existe tratamento efetivo para esta condição.
Quais são as principais causas?
As causas do vaginismo são diversas, por muitas vezes é difícil estabelecer uma única causa, por isso também o tratamento multidisciplinar é indicado para essas mulheres.
As principais causas são:
- Endometriose;
- Sexo sem excitação;
Diagnóstico
Não existe um exame específico para diagnosticar o Vaginismo.
A recomendação é que seja realizada uma avaliação completa com um especialista para o tratamento do vaginismo, com história clínica detalhada, exame físico e exames complementares quando indicados para excluir outras causas de dor na relação sexual.
Não podemos esquecer que algumas doenças como a endometriose, alterações anatômicas, quadros de infecções recorrentes, que também podem determinar dor na relação sexual.
O que são os sintomas?
A dor sem dúvida alguma é o sintoma mais frequente, normalmente é relatada como uma sensação de queimação, choques, ferroadas, peso e até mesmo a sensação de cãibras.
É mais frequente na tentativa da relação sexual, principalmente na entrada, mas pode estar presente durante o dia e em casos mais graves impactar a qualidade do sono, chegando até a acordar a mulher devido a dor, mas isso acontece em uma pequena porcentagem e em casos que são considerados mais graves.
Algumas mulheres devido a tensão da região podem apresentar um quadro de dor lombar e dor na articulação do quadril.
Também em alguns casos é relatado uma sensação de urgência urinária, devido a sensação de peso em baixo ventre, ou até mesmo a sensação que a bexiga está cheia a todo momento.
Existe cura?
Sim, mas é importante ressaltar que o tratamento requer paciência. Algumas mulheres podem apresentar uma evolução mais rápida quando comparada a outras, mas é importante saber que existe cura.
O tratamento deve ser multidisciplinar, ou seja, envolve uma equipe com no mínimo uma fisioterapeuta pélvica e um médico ginecologista, sendo que para algumas mulheres o acompanhamento psicológico também é um fator importante.
A Fisioterapia é importante para o tratamento?
A fisioterapia pélvica é extremamente indicada para o quadro de vaginismo, sendo um dos principais atuantes na equipe multidisciplinar.
Primeiro deve ser realizado uma anamnese, onde é importante verificar o histórico de dor da paciente e possíveis causas que levaram ao quadro doloroso, o exame físico é importante, pois é necessário identificar os músculos que apesentam tensão além da mobilidade das articulações de quadril e coluna lombar.
O exame ginecológico também é importante, pois é possível identificar o nível de tensão que a musculatura do assoalho pélvico apresenta, e os pontos que estão mais tensos. Somente depois de uma anamnese é possível traçar o tratamento ideal, não existe um protocolo geral, cada mulher deve ser tratada conforme a sua tensão.
Alguns equipamentos podem ser utilizados como os dilatadores vaginais, a massagem perineal, exercícios de relaxamento e mobilidade articular, analgesia por meio de correntes ou sem a utilização delas, entre outros.
O intuito é quebrar a presença de um círculo considerado vicioso de dor, isso é um círculo alimentado pelas consequências da própria disfunção, o que reforça mais os sintomas e agravamento do quadro de dor.Agora que você já sabe um pouco mais sobre vaginismo, agende uma consulta com a Dr. Flávia Nascimento, fisioterapeuta especialista em vaginismo.
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