Teratoma de ovário: dos sintomas ao tratamento

Postado em: 26/11/2020

Teratoma de ovário: dos sintomas ao tratamento

Cisto dermoide

teratoma de ovário, também pode ser chamado de cisto dermoide ou teratoma maduro, e é o tumor ovariano benigno mais comum nas mulheres menos de 20 anos de idade. 

Este texto explica o que é teratoma, sintomas, diagnóstico e tratamento.

O que é teratoma no ovário

Teratoma é um tumor benigno, geralmente cístico, que se origina de células germinativas, motivo pelo qual diferentes tipos de tecidos são encontrados em seu interior.

A composição do cisto na maior parte das vezes é gordura, cabelo, pele, cartilagem, dente, osso e tecido neural, embora qualquer tipo de célula possa ser encontrada.

O teratoma fica envolvido por uma cápsula, no interior de um dos ovários, sendo que 10% são bilaterais, mas raramente é um tumor maligno.

Existem teratomas que podem aparecer em outros locais do corpo, mas não serão abordados neste texto. Estes tumores não têm relação com o teratoma ovariano.

Peça cirúrgica de uma teratoma no ovário

O Teratoma pode virar Câncer

Quando se identifica um teratoma em um dos ovários, mais de 99% das vezes é um tumor benigno. O câncer pode ser encontrado em duas situações:

  • Teratoma imaturo;
  • Transformação maligna de uma das linhagens celulares.

teratoma imaturo é um tumor maligno, com algumas características que podem ser semelhantes ao do teratoma maduro, porém de crescimento muito rápido, com extensão para fora dos limites do ovário e com vascularização.

A faixa etária mais comum para o surgimento do teratoma imaturo é em crianças, adolescentes e adultos jovens.

O teratoma imaturo é habitualmente classificado de acordo com o grau de diferenciação celular em grau I, II e III. Quanto maior o grau, maior a agressividade do tumor.

A transformação maligna de uma das linhagens celulares do teratoma acontece entre 0,17 e 2%.

A idade mais comum para a transformação maligna acontece entre a entre a quinta e sétima década de vida, sendo o tipo de câncer que mais surge no interior dos teratomas o carcinoma de células escamosas em 80% das vezes.

Nesta situação acorre um crescimento rápido do cisto, com extensão do tumor para fora dos limites do ovário.

Sintomas

O teratoma maduro na maior parte das vezes não determina sintoma, sendo um achado nos exames de ultrassonografia.

Quando de grandes dimensões pode determinar uma sensação de peso na pelve, distensão abdominal, aumento do volume abdominal.

Dor súbita de grande intensidade pode acontecer nos episódios de ruptura ou torção.

A torção do ovário é uma das principais complicações dos teratomas, motivo pela qual a cirurgia está indicada, para evitar este tipo de situação.

O teratoma é o tumor ovariano que mais propicia a torção do ovário, especialmente quando maiores que 5 cm.

O quadro clínico da torção do ovário é o aparecimento de dor súbita, de grande intensidade, bem localizada no abdome, associada a náuseas e vômitos.

O tratamento cirúrgico de urgência está indicado, para tentar preservar o ovário.

Teratoma no ultrassom transvaginal. Imagem predominantemente cística, com um nódulo branco parietal, também chamado de nódulo de Rokitansky. Imagem típica de um teratoma ovariano.

Diagnóstico

O diagnóstico do teratoma  no ovário pode ser realizado sem dificuldades pelo ultrassom transvaginal.

Quando existir alguma dúvida quanto ao diagnóstico está indicada a ressonância magnética, mas na maior parte das vezes não é necessário.

Tratamento

O tratamento para o teratoma depende das dimensões do tumor, sendo que teratomas pequenos podem ser simplesmente acompanhados pelos métodos por imagem.

Quando o crescimento é rápido ou o teratoma apresenta mais de 3 cm, pode ser realizada a cirurgia, para a retirada do tumor.

Cirurgia para Teratoma

A cirurgia para a retirada do teratoma deve ser realizada por métodos minimamente invasivos, como a laparoscopia ou a cirurgia robótica.

A cirurgia convencional, com um corte no abdome semelhante ao da cesárea apresenta maiores taxas de complicações e por isso deve ser evitada.

Quando se realiza a cirurgia, deve-se retirar apenas o teratoma, preservando o ovário. Esta cirurgia chama-se ooforoplastia (plástica no ovário).

A retirada do ovário deve ser evitada ao máximo e na grande maioria das vezes a ooforoplastia acontece sem maiores dificuldades, desde que realizada por um cirurgião experiente.

Teratoma e infertilidade

Mulheres com teratoma não apresentam infertilidade, porém naquelas em que o teratoma é bilateral, a cirurgia deve ser muito cuidadosa, para que a reserva ovariana não seja prejudicada.

O congelamento de óvulos antes da cirurgia pode ser um cuidado extra nas pacientes com teratoma de grandes dimensões e bilateral.

Teratoma ovariano identificado no ultrassom transvaginal

O que é Struma ovarii

Struma ovarii é um tipo específico de teratoma no ovário. Em seu interior identifica-se tecido da tireoide.

Este tipo de teratoma altamente especializado produz hormônio da tireoide e pode determinar hipertireoidismo.

O Struma ovarii é raro, encontrado apenas em cerca de 3% dos teratomas ovarianos. A maioria dos casos é benigno, havendo raros episódios de transformação maligna.

O motivo pelo qual os teratomas surgem ainda é desconhecido.

Remédio para teratoma

Não existe tratamento medicamentoso que consiga eliminar o teratoma. O único tratamento definitivo é a cirurgia.

Médico ginecologista Especialista em Teratoma

Dr. Fernando Guastella é cirurgião ginecológico pela USP e especialista em cirurgias minimamente invasivas


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Ultrassom: tireoidemamasabdomecarótidas.

Saúde: corrimentovaginallasercarboidratosfibrasgorduraspompoarismovaginismo.

Referências bibliográficas

  1. Transformação do teratoma cístico maduro do ovário em carcinoma de células escamosas: uma revisão sistemática. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30866852/;
  2. Teratoma cístico maduro do ovário: uma visão geral de ponta sobre recursos de imagem. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28105559/;
  3. Teratoma ovariano cístico maduro: desafios do tratamento cirúrgico. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27110246/.
  4. Radiopaedia.org;
  5. Wikipedia;
  6. Healthline.com.


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