A Alcoolização de Endometrioma é um procedimento minimamente invasivo que trata de forma definitiva os endometriomas nos ovários, melhorando os sintomas da endometriose e preservando a reserva ovariana, sem a necessidade de uma cirurgia. Saiba mais no artigo!
O que é a Alcoolização de Endometrioma?
A alcoolização de endometriomas é um procedimento guiado por ultrassonografia transvaginal realizado no centro cirúrgico sob anestesia geral, na qual álcool absoluto é colocado no interior do cisto, para destruir as células de endometriose.
A alcoolização de endometriomas apresenta a mesma taxa de cura que a cirurgia, ao redor de 90% e não diminui a reserva ovariana.
A vantagem em relação a cirurgia também acontece pela recuperação mais rápida e no menor custo para o tratamento.
A literatura apresenta dezenas de trabalhos científicos publicados, assim como revisões sistemáticas e metanálises. A alcoolização é um procedimento seguro e indicado para o tratamento da endometriose ovariana.
As principais referências bibliográficas para alcoolização de endometrioma estão localizadas no final deste texto e podem ser acessadas a partir do link.
Como é um endometrioma
O endometrioma é um cisto que cresce no interior do ovário. A cápsula do endometrioma apresenta em sua superfície interna células da endometriose, que mensalmente sangram o para o interior do cisto, aumentando as suas dimensões.
Com o aumento das dimensões do cisto, surgem sintomas de dor pélvica, distensão abdominal, cólicas, dor na relação sexual e compressão dos folículos ovarianos, dificultando o seu desenvolvimento e aumentando as chances de infertilidade.
Indicações para a alcoolização do endometrioma
Mulheres com endometrioma ovariano entre 2 e 10 cm.
Contraindicações para o procedimento
- Pacientes com endometriose no ureter;
- Mulheres com endometriose no intestino com sinais de obstrução intestinal;
- Endometriomas com papilas vascularizadas.
Como é a Alcoolização dos Endometriomas?
Passo a passo do procedimento:
- Paciente sob anestesia geral no centro cirúrgico. Realizada administração de antibiótico 30 minutos antes do procedimento;
- Aspiração do conteúdo do cisto com uma agulha de 35 cm, guiado por ultrassonografia transvaginal. A mesma agulha que utilizamos na aspiração de oócitos nos procedimentos de reprodução assistida;
- Lavagem da cavidade do cisto com soro fisiológico 0,9% múltiplas vezes, até a saída de líquido claro;
- Aplicação do álcool absoluto na cavidade do cisto. O volume de álcool é sempre 60% do volume inicial do endometrioma.
- O álcool deve ficar pelo menos 10 minutos na cavidade do cisto.
- Aspiração do álcool e retirada da agulha.
- Paciente após o procedimento é encaminha para monitorização na sala de recuperação.
Complicações do procedimento
As taxas de complicações são mais baixas que a da cirurgia, sendo a principal complicação a infecção, que pode acontecer em até 0,3% das vezes.
Febre, distensão abdominal, corrimento vaginal necessitam de reavaliação pelo ginecologista que realizou o procedimento.
Como é a recuperação da Alcoolização de Endometrioma
A alta hospitalar na maior parte das vezes acontece duas horas após a alcoolização do endometrioma.
O retorno para as atividades habituais acontece no dia seguinte.
Durante a primeira semana é possível um leve desconforto pélvico, que geralmente melhora com analgésicos.
Recomenda-se abstinência sexual por 3 dias.
As tentativas para engravidar podem começar após 30 dias, de forma natural, ou por fertilização in vitro (FIV).
Dr. Fernando Guastella é médico ginecologista referência nacional no diagnóstico e tratamento da endometriose. É coordenador de pós-graduação sob o tema e já realizou dezenas de procedimentos de alcoolização.
Agora que você conhece um pouco mais sobre a alcolização de endometrioma, conheça o Dr. Fernando Guastella e seu trabalho nos diversos tratamentos para endometriose, entre em contato e agende sua consulta!
Referências Bibliográficas
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- Kim GH, Kim PH, Shin JH, Nam IC, Chu HH, Ko HK. Escleroterapia guiada por ultrassom para o tratamento do endometrioma ovariano: uma revisão sistemática atualizada e meta-análise. Eur Radiol. 2022;
- Cohen A, Almog B, Tulandi T. Escleroterapia no tratamento do endometrioma ovariano: revisão sistemática e meta-análise. Fertil Esteril. 2017
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